quinta-feira, 26 de junho de 2008

rabugices de 6 da manhã

Today's fortune: The heart is wiser than the intellect

talvez esse tipo de frase não só me dê calafrios como seja um dos problemas que enxergo no modo de falar analógico. não cabe ao coração ser sábio, afinal, "sábio" costuma ser característica atribuída a pessoas completas e com aparelho cognitivo, memória, capacidade discursiva etc. mas esse não é nem o primeiro porém que faz travar esta que aqui arenga. o que se quer dizer por "coração"? as emoções, suponho, ou algo que o valha. pois bem, é engraçado, mas usar o coração para unificar as emoções é algo que não puramente satisfaz uma necessidade de simplificar o discurso mas também acaba por unificar o que, creio, são coisas diversíssimas e numerosíssimas. as emoções, ainda (ou o que as valha). não acho que seja possível fazer essa unificação sem problemas. não sei bem quais são os problemas (nem mal). mas acho suspeito. me cheira como mais um dos buracos que a linguagem analógica tenta tapar, ou fazer parecer preenchidos por uma certa perspectiva, um jogo de espelhos e lentes... nesse ponto, é claro, me vejo mais uma vez usando o próprio recurso que é objeto das minhas rabugices. quero entender melhor diferenças entre metáfora, analogia, alegoria, ironia, metonímia etc. tenho alguns pontos de partida. ah, importante: aqui no blog NÃO estou fazendo filosofia nem teorizando sobre a linguagem, APENAS descarregando pífias representações, às vezes mais, às vezes menos, cifradas de emoções difíceis de se classificar e que não concordam com a sorte do orkut. esta rabugice não é nem um pouco mais sábia do que o intelecto. aliás, acho que tampouco faz sentido dizer que o intelecto pode ser sábio, por motivos similares aos opacamente esboçados ali em cima. enfim, são 6h20 da manhã e preciso terminar um trabalho.