auspinícios
venho oficialmente abrir este blog com a notícia de augúrios e sinais piscapiscantes.
ontem, 25 de julho, data do aniversário de 3 anos de meu antigo blog, cheguei da chapada dos veadeiros cansada, empoeirada, saudosa (de lá) e recepcionada por um pacote da amazon. recebi, finalmente, a cópia que pedi do livro meeting the universe halfway, de karen barad.
os principais leitores do antigo blog votaram pela manutenção da ordem de comentar sobre quaisquer assuntos e inserir textos literários de quando em vez. pois acato a opinião do público e passo a atribuir marcadores para agenciar as postagens. creio que, de acordo com minhas inclinações transdisciplinares, o ideal seria simplesmente não classificar nada – mas gosto de organização – e por isso tentarei criar marcadores não-compartimentalizantes; por isso, usei o verbo agenciar.
o que me leva de volta a karen barad. delícia de livro que já anuncia nos começos: usam-se por aí analogias para validar conceitos com pouco fundamento. além de pensar, com auxílio do texto, em exemplos como os filmes o segredo e quem somos nós ou, ainda, em instituições como a pró-vida e a cientologia, que usam esparsamente conceitos (falhadamente) científicos para justificar comportamentos de auto-ajuda, também pude ver como utilizei o mesmo mecanismo no antigo blog. muitas vezes, analogizei para fundamentar um comentário. olhando com os olhos de dentro, creio que o fiz em nome da proposição de gregory bateson que diz que a metáfora é a linguagem da natureza... extrapolação? acho que sim. metáfora e analogia não são a mesma coisa. parece que usei as duas, piscapiscando. desejo para este blog que um exercício seja feito de agenciamento de idéias por meio de um mecanismo ainda desconhecido (dele, só sei que não é analógico). por que falar sobre isso na primeira postagem? esse mecanismo e suas evoluções serão pra mim muito importantes, já que, em todas as frentes que me interessam, quero abusar da transdisciplinaridade. isso implica entender melhor a proposta de bateson, o alarme de karen e uma organização aparentemente pessoal, porém não individual, que me pôs neste caminho.
não é difícil perder de vista a vontade-motor das idéias que já me surgiram e surgirão, a vontade muito benfazeja de integração, de ecologia não só da mente, mas profundamente total. a autocrítica, assim como as metas muito elevadas, frequentemente me põem a questionar a validade de tanta pensação, de tanto acúmulo de informação, dessas inclinações polimáticas perigosamente vizinhas à vaidade que me acometem. o que estou fazendo ao escrever neste blog, enquanto poderia estar ensinando princípios básicos de bem-estar a crianças pobres? quero acreditar que me preparando pra algo que, neste caminho, vai surgir, e será talvez um esclarecimento maior desses porquês, será confluente com a (margem da) corrente pensatória em que nasci e vivo.
de qualquer maneira, é só um maldito blog.
(inserir linha de comando a la abracadabra)
4 comentários:
Voltei a tempo para o nascimento. Bem-vindo seja! Grandes coisas aguardam este blog, estou certo.:*
Eis um dos motivos pelos quais eu amo a música: para ela, um conceito não precisa ter fundamento para ser válido. Mais do que isso, ele não precisa nem de validação; grandes obras-primas da história da música foram criadas com base em conceitos (científicos, estéticos, religiosos) totalmente equivocados, ou no mínimo temerários e/ou tendenciosos, e isso não diminui em nada seu valor artístico.
A arte me parece ser a única área do conhecimento humano que dispensa completamente a coerência, e acho que esse é um de seus maiores trunfos.
(Foi mal, isso não tem nada a ver com o teu post, eu só senti uma necessidade incontrolável de dizê-lo :P)
Beijos!
queridos leitores cujos apelidos começam com a letra n: salve salve!
bons ventos os trazem.
=*
Aprendi muito
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